segunda-feira, 30 de junho de 2008

A Ordem e a Divisão

Vi semana passada o aclamado filme "Control" que conta como foi a virada (de sucesso) da banda Joy Division e a morte de seu lider Ian Curtis.
O filme foi baseado no livro Touching From a Distance da viúva de Ian, Deborah Curtis e mostra a difícil relação com sua mulher, filha, amante e música, resultado disso tudo.
O filme é bom. O diretor de primeira viagem, Anton Corbijn (que antes só havia dirigido videoclipes) acerta a mão na fotografia preto e branco e nos enquadramentos. Mas talvez exatamente por isso, o filme tenha poucas alterações de ritmo. Isso afeta no tempo psicológico do filme. Parece mais longo do que é. Outro "pecado" seria de ordem mais técnica. Há uma certa dificuldade de foco da câmera.
Isso no entanto não denuncia o filme, é na verdade um documetno sobre uma das bandas mais influentes da década de 80.
O mais interessante no caso do Joy Division não é a sua história em si e sim a história que veio depois deles. Além de ter influenciado várias bandas de vários estilos que viriam na década seguinte, influenciou a eles próprios na formação seguinte.
A guitarra inconfundível de Peter Hook e a bateria de um obcecado Rob Gretton estão lá, com todas as letras ou quadros, se preferir. Bernard Sumner aparece meio apagado, mas é indiscutível sua característica de lider. Um New Order quase nascendo e junto com ele, um legado para o rock e para a música eletrônica.
Bela diversão pra quem viveu ou viu passar a década "perdida".

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Rio + SP

Hoje fiquei pensando sobre uma questão interessante.
Agora que estou em um relacionamento digamos assim, "Ponte Aérea", começo a pensar na possibilidade de voltar a minha cidade natal.
Pra quem não sabe, me mudei pra Sampa em 2004 levando comigo o fim de um casamento e a esperança em uma carreira mais sólida na "cidade do dinheiro".
Vira e mexe estamos eu e a Bruna discutindo a procura de empregos lá e aqui. Claro, agora está tudo no plano dos planos. Mas uma hora vamos ter que decidir o que é melhor para nós dois. A meta principal é que ela venha pra cá no início do ano que vem. Mas entre uma palavra e outra, acabei refazendo o meu currículo e mandando para uma agência de publicidade no Rio. Quem sabe?
Mas voltando ao ponto. Caso eu volte para o Rio? Quais seriam as conseqüências? Qual seria o impacto nas amizades, tanto lá quanto aqui? Qual seria o impacto no relacionamento?
Tenho uma teoria não comprovada de que a dinâmica das amizades e relacionamento mudam dependendo da distância.
No entanto, essa dinâmica talvez mude simplesmente porque a vida muda, as pessoas mudam... sei lá.
O fato com certeza é que se tivesse feito o mesmo tipo de pergunta a uns 4 ou 5 anos atrás, não estaria no ponto em que eu cheguei. Certo ou errado, aprendi que o melhor as vezes é prender a respiração e ver no que vai dar. E não adianta dizer que uma cidade é melhor que a outra. No fim o que importa é o que chama mais alto. Você é feliz como a felicidade que cria... o lugar tem uns 30% de culpa nisso. O resto é contigo mesmo... E aê, volto pro Rio?

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Contraponto

Existe no indivíduo humano dois tipos de pessoa. A criança e o adulto. Os dois convivem no mesmo corpo conflituosamente em busca de uma espécie de harmonia.
O adulto pensa como adulto. Ou seja, sempre com a razão, sabedoria e baseado no conhecimento adquirido ao longo da vida. Por outro lado, é sempre controlador e dono da verdade. Há até um certo pedantismo no seu discurso.
A criança pensa como uma criança.... seja antagonizando com o adulto, seja pensando que todo momento é fora de contexto. Briga pelas coisas mais simples e não é capaz de ver a forma ao longe. Essa é sua qualidade e defeito.
O adulto sempre pensa na criança como um menor a ser disciplinado e educado.
A criança pensa que o adulto não lhe dá a atenção necessária, mas também não presta atenção no que o ele diz.
Essa situação impossível continua por anos até que um morra no outro e diga... "foi tudo apenas um mal entendido". Um deles sorri e depois chora.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Free Tibet...

A algumas semanas atrás me vi envolvido em uma discussão sobre a liberação do Tibet ou o "Free Tibet" se preferir.
Ora, algumas pessoas podem achar que estou exagerando mas acho realmente que esse tipo de discussão aqui no Brasil, meio vazia.
Não sou contra a liberdade do Tibet. Muito pelo contrário. Acho um povo com uma cultura incrível e que um dia desfrutará com certeza da tão sonhada liberdade de religião e expressão. Sobre tudo porque a diplomacia dos lamas nada tem a ver com a baderna que estão armando para os Jogos Olímpicos de Pequim. Seguem na verdade a filosofia de Gandhi. Ou seja, a resistência pela não violência. O próprio Dalai Lama já se disse insatisfeito com as manifestações pelo mundo. Não é a maneira budista de resolver o assunto.

O problema é que tem muita gente entrando nessa e se esquecendo que no nosso próprio país há pessoas que recebem o mesmo tipo de repressão política ou social. Se bobear, até pior do que o Tibet. Não há ninguém na MTV levantando bandeiras sobre o assunto. Seja falando do trabalho escravo no nordeste, ou falando da prostituição infantil. Não como se fala do "Free Tibet". O pior é que tem gente não sabe nem mesmo a história do Tibet e já quer ir dando opiniões.
E vocês sabem porquê? Por que e mais fácil falar do problema dos outros do que do nosso. Sempre foi assim no Brasil e continua sendo. Se começarmos a falar muito sobre as mazelas nacionais, vai ferir o interesse de X ou Y. Aí não pode né?

De qualquer forma, questão é bem mais complexa do que parece. O Tibet declarou sua independência da China em 1912 e se transformou numa espécie de Vaticano oriental. A China por sua vez retoma o Tibet em 1950 dizendo "libertar" o Tibet usando a boa e velha retórica comunista.

Não sou a favor do Tibet livre... sou a favor do mundo livre. Ir e vir, educação, saúde, imprensa, sexual. Tudo isso em qualquer país , no Brasil e inclusive o Tibet.