sexta-feira, 31 de outubro de 2008
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
O desejo da valentia...
Curiosamente um bom filme do diretor irlandês Neil Jordan não entrou em cartaz no Brasil. Trata-se de Valente (The Brave One, EUA - 2007). Filme que passou quase despercebido no Festival do Rio do ano passado.
Na mesma época estreava também no mesmo festival o "concorrente" e fenômeno cultural Tropa de Elite.
De qualquer forma, sem tirar o mérito de um ou de outro, Valente é um filme que nos transporta para um questão sempre presente.
Até que ponto iríamos para vingar a perda? A perda de algo muito importante a ponto de esquadrinhar toda uma cidade em busca de um justiçamento perdido.
A resposta a esse desejo infantil é afirmativa segundo o filme. Sim, iríamos perseguir e matar para satisfazer esse desejo, e com sangue de preferência. Não seriamos iguais aos nossos alvos porque na existência humana é impossível compartilhar uma perspectiva exata. O meu lado é mais importante e é isso o que importa.
A justiça é uma coisa, mas o que eu sinto e o que vou fazer é outra.
Independente do que cada sociedade escolha para o seu sistema de valores, o desejo de vingança de cada indivíduo existe em qualquer escala.
E assim vemos a personagem principal, Erica, se desconstruir em nome deste desejo, dessa vontade. Cada tiro, cada vítima é vista de forma justificada, apesar de um erro ou de outro. O algoz vai se tornando em outra pessoa ou outra "coisa" como se auto intitula no filme.
O filme é um manifesto não da valentia ou bravura. É sim um documento sobre o desejo destes dois adjetivos, ou do que advém deles.
Na mesma época estreava também no mesmo festival o "concorrente" e fenômeno cultural Tropa de Elite.
De qualquer forma, sem tirar o mérito de um ou de outro, Valente é um filme que nos transporta para um questão sempre presente.
Até que ponto iríamos para vingar a perda? A perda de algo muito importante a ponto de esquadrinhar toda uma cidade em busca de um justiçamento perdido.
A resposta a esse desejo infantil é afirmativa segundo o filme. Sim, iríamos perseguir e matar para satisfazer esse desejo, e com sangue de preferência. Não seriamos iguais aos nossos alvos porque na existência humana é impossível compartilhar uma perspectiva exata. O meu lado é mais importante e é isso o que importa.
A justiça é uma coisa, mas o que eu sinto e o que vou fazer é outra.
Independente do que cada sociedade escolha para o seu sistema de valores, o desejo de vingança de cada indivíduo existe em qualquer escala.
E assim vemos a personagem principal, Erica, se desconstruir em nome deste desejo, dessa vontade. Cada tiro, cada vítima é vista de forma justificada, apesar de um erro ou de outro. O algoz vai se tornando em outra pessoa ou outra "coisa" como se auto intitula no filme.
O filme é um manifesto não da valentia ou bravura. É sim um documento sobre o desejo destes dois adjetivos, ou do que advém deles.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Linha de Passe
Nessa quarta-feira qualquer assisti a mais um filme de Walter Salles.
"Linha de Passe" consegue fazer algo quase impossível. Silencia a segunda maior cidade da América Latina para contar a história de quatro irmãos e sua mãe de personalidades e objetivos distintos, mas que compartilham a mesma realidade dura e seca.
Esse silêncio quase lírico dá tempo ao espectador de processar informações importantes como a frase... "Eu não sou filho de corno!!!".
Essa frase inclusive mostra logo no começo a teia de complexidades que se dá na história de cada personagem e que é contada de forma certeira pelo filme.
Cenas lentas ou rápidas seja lá como for, "Linha de Passe" é uma metáfora da linha solitária que atravessa São Paulo. Uma linha que faz curvas e ninguém vê, ninguém ouve. Se mistura no tráfego caótico e na vida insana da cidade.
Há no filme sobretudo a esperança constante de quem vive do lado de baixo da cidade, ou de quem vive na cidade se preferir. A esperança por uma chance... só uma chance. E é aí que se mostra necessária a coragem de escolher, independente do certo ou errado. O filme é enfim um aspecto contundente da cidade de São Paulo. Logo de alguém que não parece conhecer tão bem a realidade daqui.
"Linha de Passe" consegue fazer algo quase impossível. Silencia a segunda maior cidade da América Latina para contar a história de quatro irmãos e sua mãe de personalidades e objetivos distintos, mas que compartilham a mesma realidade dura e seca.
Esse silêncio quase lírico dá tempo ao espectador de processar informações importantes como a frase... "Eu não sou filho de corno!!!".
Essa frase inclusive mostra logo no começo a teia de complexidades que se dá na história de cada personagem e que é contada de forma certeira pelo filme.
Cenas lentas ou rápidas seja lá como for, "Linha de Passe" é uma metáfora da linha solitária que atravessa São Paulo. Uma linha que faz curvas e ninguém vê, ninguém ouve. Se mistura no tráfego caótico e na vida insana da cidade.
Há no filme sobretudo a esperança constante de quem vive do lado de baixo da cidade, ou de quem vive na cidade se preferir. A esperança por uma chance... só uma chance. E é aí que se mostra necessária a coragem de escolher, independente do certo ou errado. O filme é enfim um aspecto contundente da cidade de São Paulo. Logo de alguém que não parece conhecer tão bem a realidade daqui.
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